segunda-feira, 30 de maio de 2011

A desconstrução do EU



Hoje não tem sonhos. Só escuridão.
Idealizar o amor é errar no desespero de acerto. Idealizar o amor é buscar em alguém a companhia e compreensão que deve existir, simplesmente existir, sem necessidade de ninguém.
O próximo passo é fingir felicidade quando mal consegue segurar as lágrimas dentro de si. O silêncio não é sinal de maturidade, mas sim uma amarra para evitar que a angústia fale exteriorizando as mágoas.
Perde-se a espontaneidade, perde-se a motivação, perde-se o sentido e por fim, se perde.
A partir daí surge apatia, onde o idealizador sente-se zero, sem função, sem expressão, sem raiva, sem o amor e finalmente sem si mesmo.
É a desconstrução do EU, do ego, da identidade, da personalidade, um momento doloroso. A tristeza está intermitente nos olhos.
Esse é o momento de optar, muitas escolhas são possíveis, mas uma delas é reconstruir o EU, o ego e a personalidade, mas com maturidade, com crescimento espiritual com aceitação. É o momento em que o silêncio representa algo especial. É o momento em que ceder opiniões em divergências representa crescimento. É o momento que se tem vontade de expandir horizontes, mudar, de vida, de lugar, de destino ou mesmo de cabelo. Exteriorizar que o interior não é o mesmo.
Então volta o amor. Maduro, grande, forte, consciente. O amor! Que doa, mas que não explora, que não dói, que na ausência não gera ansiedade, porque o EU bem definido tem sua maturidade em si, não precisa da presença e aprovação para existir e ser feliz.
A felicidade torna-se algo maduro, espetacularmente grandioso. Pura e simples sem uma razão para existir, somente está ali pela presença de espírito.
E novamente o ego se inflama, idealiza e uma nova desconstrução inicia, um novo crescimento para um surgimento de um EU ainda melhor. Aceitar essa forma metamórfica de viver é aceitar o crescimento espiritual. Aliás, provavelmente a única forma de estar em movimento, não estagnar e simplesmente passar pela vida!
E então sair da escurão para sonhar!

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