segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Zaluzejo - O Teatro Mágico

Show da Trupe em Cascavel/PR 

Outro dia, porque sou perdida no tempo e espaço, não lembro quando foi, surgiu um comentário no face da trupe O Teatro Mágico, que eu acompanho com orgulho, sobre como se escreve “ansioso”. Fiquei “com a pulga por de trás da orelha” e me perguntando: quantos “ansioso” escrito de maneira incorreta foi lido ao ponto de ser necessário comentar a grafia? Isso vindo de fãs de artistas que compõem música com tanta maestria me assustou, afinal quem acompanha a trupe e suas letras percebe com facilidade o toque genial que há nelas. Após isso, tive um susto ainda maior, onde quem defendia quem tinha escrito errado usava a música Zaluzejo como defesa, principalmente a citação:

“Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz.”

Atualmente temos em nosso país uma educação precária por uma série de fatores, isso chega a ser um clichê, e nessa precariedade educacional tem se formado, inclusive em graduação, pessoas que não conseguem compreender um texto e muito menos escrever certo. Eu tinha um professor que dizia que texto não existe para ser interpretado, mas compreendido, porque se um texto tiver que ser interpretado não foi bem escrito. Partindo dessa premissa fica muito claro que a música não trata de grafia e sim de maneiras de falar. Qualquer pessoa que tenha tido uma educação formal tem noção que alguém que fala como a música exemplifica muito provavelmente não sabe escrever ou escreve precariamente, não frequentou escola, e arrisco por minha conta que não acessa face, twitter e outras redes. Portanto a música como desculpa é apenas uma muleta!


A letra em sua totalidade refere-se aos ditos populares e às palavras que comumente são pronunciadas de maneira errada, em sua grande maioria por pessoas de mais idade e para defender essa forma de comunicação alguns linguistas afirmam “que não há falar (no sentido de pronunciar) errado, mas sim escrever errado”. Por exemplo, eu sou “do interior do interior” e aprendi a pronunciar carro com som de um “r”, ou seja, “caro”. A professora de português dizia que era válido desde que fosse compreendido o que estava sendo dito e escrito de maneira correta. Durante toda a graduação outro Mestre em Língua Portuguesa, Celso, tinha a mesma premissa.
Já faz algum tempo que não frequento nenhuma instituição de ensino formal, mas acompanhando colegas que ainda estudam percebi com grande pavor que há muita dificuldade em escrever correto, bem como a preguiça de acentuar palavras porque o “word” faz isso e que usar termos comuns em redes sociais nos textos formais tornou-se algo constante. Falar correto, até falam, mas escrever não, o que remete novamente à música, afinal não saber escrever o que fala, para mim é como não viver o que diz.
Será que mudando o sistema educacional isso vai melhorar ou é uma questão cultural de uma geração sem muito comprometimento com nada?? Essa é outra pergunta constante quando observo, não só a escrita, mas também o comprometimento profissional da minha geração, mais já é tema para outro texto.

Vou aproveitar e divulgar a trupe porque amo competência com que compõem suas letras.

6 comentários:

  1. Eu interpreto essa parte da música mais por atitudes do que gramática, rs. Pessoas aparentemente politicamente corretas, que são formadas, escrevem corretinho, falam bonito, mas vivem de atitudes erradas. Gente hipócrita, rs.

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  2. Ana Pe, essa é uma das interpretações permitidas, a Trupa fala mto dessa hipocrisia social que inclusive nós vivemos.

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  3. Me corrija se estiver errada, mas acredito que você não soube interpretar muito bem o que a letra da música quis dizer. Na verdade, o objetivo da letra foi fazer uma crítica positiva a respeito das variações linguísticas existentes no nosso país,afinal vivemos num país com uma cultura muito diversificada.

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    1. Tenho quase certeza de que tu estás certa Mariani. Mas parece que o tiro sai pela culatra, todos que eu vejo escrevendo a respeito da letra da música continuam espalhando o preconceito linguístico...

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