Faroeste Caboclo
é a inspiração para esse texto, calma, podem ficar tranquilos, não seria
abusada o suficiente para escrever sobre a música toda, mas apenas um pedaço em
especial que toda vez que ouço, independente da situação me remete a minha
trajetória da infância até aqui, até hoje.
Ele queria sair para ver o mar
E as coisas que ele via na televisão
Juntou dinheiro para poder viajar
De escolha própria, escolheu a solidão
E as coisas que ele via na televisão
Juntou dinheiro para poder viajar
De escolha própria, escolheu a solidão
A primeira coisa que tenho
lembrança de querer ver e que via frequentemente pela televisão é o Instituto
Butantã. Lembro da vez que juntei toda minha coragem de criança e após ver uma
reportagem sobre as serpentes perguntei ao meu pai se algum dia ele me levaria
lá. A resposta foi um não bem sonoro acompanhado de “isso fica em São Paulo”.
Neste instante sem fazer ideia de que isso aconteceu, meu pai plantou a semente
do meu sonho em morar em São Paulo. Desde então quando via uma reportagem sobre
alguma exposição de algum artista eu sentia um calor estranho em meu coração,
uma que tenho especial lembrança de querer ter visto foi a exposição O Fantástico Corpo Humano. Essa tive a oportunidade de ver e deixei passar, mas na próxima....
Lembro de querer ver a
praia, bem essa eu vi antes de mudar de cidade. Mas continuo querendo ver faz
parte dos meus planos para o verão.
Por muitas vezes pensei que
era injustiça uma pessoa que é completamente apaixonada por cinema nascer numa
vila que fica próxima de uma cidade que não tinha cinema. Mas como lamentar não
resolve nada, eu sonhava, sonhava com cinema, exposição, vida própria, sem
manipulação, independência.
A primeira oportunidade
surgiu aos 17/18 anos quando conheci um amor pela internet da Grande São Paulo.
Por pura submissão ou destino, ou sei lá deixei a oportunidade partir, passei a
viver uma vida conformada, pelo menos externamente, na cidade, não
mais na vila. Tinha dado um passo.
Já conseguia ir ao cinema,
ver o lago, comer cachorro quente, mas isso ainda não era o Instituto Butantã.
Eu acredito fielmente na lei
do retorno e que as forças universais conspiram atraindo o que mais deseja. E,
em um momento da minha vida onde já havia uma certa independência psicológica
surgiu um amor pela internet que morava na Grande São Paulo. Um não,
incrivelmente o mesmo!
Sem sobras de dúvidas que
essa oportunidade eu não perderia por nada, jamais deixaria passar a chance de
viver um amor e de graça ver tudo o que gostaria!
Mas naquele momento as
cosias não eram mais tão fáceis quanto há anos. Havia dependentes, casa,
emprego, primeiras necessidades. Mas para tudo há planejamento e para o que não
se pode planejar é possível contar com a Lei do Retorno.
Então, depois da mudança já
vi em seis meses mais do que em 27 anos:
PRAIA DE GUARATUBA (essa faz anos)
INSTITUTO BUTANTÃ
CENTRO DE SÃO PAULO
MUSEU DA CIÊNCIA - CATAVENTO
FACHADA DO CATAVENTO
A CANOA SOBRE O EPTE - MONET
SAN GENNARO DECOLATTO O SANT'AGAPITO - CARAVAGGIO
MEDUSA - CARAVAGGIO
BANCO DE PEDRA NO ASILO SAINT REMY - VICENT VAN GOGH
CONGESTIONAMENTO RÉGIS BITTENCOURT, PRÓXIMO AO MEU TRABALHO
SHOPPING EL DORADO
CINEMA 3D (O MAIS PRÓXIMO DA CIDADE EM QUE MORAVA ERA A 500KM)
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